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Gustavo Eólico
2005-2006




Habeas Corpus
-
Que tenhas teu Corpo
UM AVISO DE INVERNO

m aviso, uma mensagem para aqueles no céu, no chão e no meu coração, palavras sobre pessoas não simples gentes, indivíduos, nomes e sobrenomes, amados e desestidos, a esses todos amigos e inimigos um aviso:

Parem de aconselhar, parem de procurar uma perfeição em qualquer coisa, sejam tua voz, e ouvirão a desgraça inoportuna, deixemos cada um com seu sonho, como não devemos temer os nossos.

Já falei: "-Sonhos são demônios." Não estava errado, eles são perguntas, e não respostas, não tiremos dos outros o calor no Inverno, deixemos cada um com seu conflito, a paz tão querida não está na dormência da vida, não está num silêncio para ouvir tua opinião, a placidez do lago está nas asas do pássaro refletido, pois mesmo estagnado, eis seu jeito de voar.

...



Caros amigos leitores, não sei quando voltarei, mas saiba que estou sempre lá, num lugar sem governos e adjetivos, só eu e você.

Meu especial aviso: "-Só suspire se quiser ventar."


3:48 PM



A VISÃO

foi avistado uma multidão de zumbis pelas estradas novas do cemitério, todos eles trouxeram em seus braços a criança que tenho que criar, tem um orfanato a meu caminho, e são todos eles filhos de meu aprendizado e criatividade. Trazem eles um cão alimentado com suas próprias panturrilhas, chama-se Imediato, sendo deles e meu inimigo, uma vontade de morder meus filhos, e são também eles uma defesa para que eu não saia do caminho, e os mortos-vivos chegarão ao que enxerga.

Encontraram no solo que pisei motivos para dizer que não tenho estrada, acharam nos bancos que sentei uma mancha antiga falando que me atrasei para o berço, para a cópula, para o noivado e para a gravidez, então vieram me entregar, abusados e dominadores(horríveis) já colocaram nome e significado nos meus dias, trazem bebês apadrinhados por sangue podre e vivido, os cães querem ser minhas ruas, são mortíferos os que já sabem as respostas, e sairão de todos os lugares que já sentaram e pisaram para me tornar órfão do meu destino.

Os zumbis querem minha verdade e sorte, eles são famintos como meus bebês que chegam, os significados das palavras são obras minhas e o chão que marca não é antigo, e nem cão, é praça. Digo aos zumbis e cães: "-Não estou demorado em nada!" "-Saiam de minha vida! Parem seus estupradrores de núpcias, casei coragem com liberdade." "Tua cara velha assusta meus bebês. Assusta! Pare de violentar meus erros, pois são orgamos do capeta, ele transa com Deus, não nos perturbe em nossa noite de lua e escuridão." "-Durmam crianças em choro, meu sono é de cansaço por meus movimentos e não por teus embalos." "-Engula os dentes, cachorro de mordedura sangrenta, em minhas veias só meu nanquim e só minhas máculas sagradas."

Não sei chorar como um bebê, e acham que precisam me abraçar, esses monstros que escolheram como estrada as oportunidades de meu destino, e fazem neles marcas procurando simpatias antigas entre as deles, são monstros porque querem me carregar podres, querem morder minha juventude e me proteger de mim mesmo. Possuem argumentos esses tristes e feios, arrotam lápides: "-Somos vividos!", e choram como bebês implorando a me sentar ao lado deles, amortizam minha sorte e potência para suas covas abrirem-se como meu inevitável berço,tudo isso para simplesmente sorrirem dominadores e vitoriosos pois em suas mentes devoradas, pensam ser algo MUITO BOM suprimir a experiência alheia com idéias cheias de vermes, pisam confiantes e loucos com suas tintas e significados, uma vida que eles mentirosamente querem entregar, sem terem.

Esses monstros passarão por meu rosto e sorriso, pois eu não estou lá. E isso é um segredo protegido de quem não tem olhos, difentemente de quem procuram.

...

Aleluia aos que não deixam seus dias chorosos nos braços de zumbis, pois não se arrependerão diante do engano desse repugnante banco e praça. Haverá maior cemitério que a vida de um outro a pouco ou mal nos reputar?

Não deixem os cães te enxergar. São invejosos e sedentos, suas presas são sabedoria e velhice, sua fome de meus significados e futuros, nada mais a ser do que um bebê filho de diabos(de um estupro plural, no fim sem sobrenome, sem paternidade, como todo azar), mastigando confiadamente com dentinhos presunçosos, meninos perto de qualquer destino, crianças arrotando as víceras de seus pais, a procurar um Deus para embalar os fetos mortos de muitos que morrem devorados todos os dias um pouquinho, quando vão em seus braços se aconselhar.

É, eu vi.
12:49 AM



O ESQUELETO

izeram uma radiografia de mim, e viram meus ossos, acharam tudo que me junta e separa, descobriram minhas fissuras, são olhos audazes aqueles que me olham, e são também donos de poucas coisas além de suas visões do meu interior, ardem e enxugam suas lágrimas por minha causa, dizem que têm medo por mim,não é de se admirar, vêem um esqueleto.

E no cemitério que são suas esperanças ao meu respeito, sopra a brisa nos efeites de sepultura, são estes, minhas palavras. Jogam minhas flores de plástico no chão, minha cor vai com o sol dormir uma noite sem estrelas e fogo-fátuo, onde então sou cadáver e obrigado a sonhar com o além do vento, justo o que dizem ser meu alimento, meu desejoso futuro, sem preocupações, sem compromissos, sem fiabilidade legal ou social, ai ai, me deu um soninho!

Mas cadáveres para essa gente não dormem em palácios de mármore, nos cremam em suas fantasias tão sem criatividade, baseadas na própria morte de seus dias, dizem-se sábios, no mapa de meus ossos, replicam seus próprios obituários, e dizem do futuro alheio: "- você não vai dar certo." Ah! deixe-me com minha crença como se fosse meu esqueleto! Digo a vocês sôpros mal cheirosos: "- sonhe de novo!" Eu te ensino, quer?

Há maior aventura que nossos incríveis denro de nossas peles?

Pois eu olhei, e vi, encontrei nos coveiros e assassinos de minhas chances seus futuros já sepultados em suas histórias de sucesso e dominação.

Vou dizer de novo para acrescentar teu título de examinador: "dominação".

Como se fossem covardes ou não conhecessem a brisa da inocência, que pergunta: "-Há bem maior que viver na simplicidade e bem à distância dos coveiros?" E isso é um tiro no coração de quem quer me dominar, e vão dizer que sou menos que os outros, que minha habilidade é ter criatividade com meus sonhos, e de tanto ser assim, sou prometido aos ataúdes que eles vestem pois não tem peles para os ventos que sopro.

E serão todos os coveiros de meu futuro, pessoas que só sabem se aterrorizar com minha fragilidade e interior, fingido uma doce preocupação, quando na pura e amendrontadora verdade, são perturbados pela impermanência das minhas peles e sonhos em meios aos seus dedos parecendo galhos.

Não lhe dei o direito de me fazerem uma receita de vida, pois sei que replicam obituários, trazem os seus amarelados e feitos dentro de uma tristeza profunda, e querem que os seus amados cheguem a mesma cova funda de suas invejas, desilusões e velhice.

Por eu ser jovem, sou vítima. Sendo sonhador, sou criminoso.

E lerão poesia para saber entender onde sou errado, haverá na obra romântica as pistas para ficar me alarmando, eles auscutam o próprio alarme para dar ouvidos aos cânticos das carpideiras, e dirão que sabem pelos outros tudo que me completa, serão audazes os olhos que dizem me ver por dentro, e suas aventuras, uma pele que me faz rir, tanto pela legibilidade do óbvio quanto pela surdina da dúvida. Crianças pretenciosas com o surpreendente Destino como eu, à diferença claro que não visto chumbo para esconder minhas fraquezas.

Provocar males preocupantes nos corações de quem não tem o nosso é a façanha dos que vivem sua própria realidade, e deixemos o garoto, a brisa e os coveiros cada um em seu lugar,

tire do teu! tire do teu!

Ou abrace logo esse velório que dizes ser as horas de exame alheio.

Passarei distante dos seus cemitérios, porque eles ficam sempre abaixo de mim, bem perto do amor dominador tão falidinho. Sou feliz da maneira magrinha e singela que vedes, no fim, um jeito de enxergar mais coisas que outros, já sem olhos, só podem chorar seus vazios.

Talentos devoradas pela brisa da frustação e pelos vermes temporais nas presas de sete palmos abaixo da verdade, na companhia de tua velhice.

...

Meu epitáfio a teus dias em mim: "Amo-te escrever, desiludido coveiro."
1:29 PM



A LUA E O HORIZONTE

bri uma aventura nos meus dias, uma promessa que é maior do que eu, para a lua grávida de todos os sonhos, e imensa pois inspirada nos meus suspiros, agora é ela a dona dos dias, nos confins bobos de minha inocência, maestra perfeita de minha criatividade sorridente, e agora é tudo sorte, aposta e alegria numa só certeza, tão grande que só poderia caber dentro da minha imaginação e no peito de uma proeza.

3:06 AM



O AMOR DE GOLIAS

oi só uma pequena pedra, todos os atos de minha solidão, não poderiam preencher mais que a gravidez de um seixo, menor que um dedo, que um abraço, no sonho de desejos furados, eu sei que fui pequeno, e suficiente derrubei o gigante, o amor dele é um querer exuberante, o triste final é um rei inaugurado, no reino absoluto de uma funda, que atira distante o próprio coração, atingindo um alvo longe do peito inimigo e de seu amor-paixão, fui vitorioso contra o monstro, e ele sozinho chora maldades nos olhos de quem não entende minha emoção.

Golias dorme sem palavras, porque em sua cabeça não entra a razão, fique triste pobre rejeitado, o sonho teu é de mim menos que minha menor fração.

E voltei rei dos dias em teu solo e solidão.


3:06 PM



"?"

mbora eu goste de liberdade eu amo tuas ameaças.

Distante de tudo o perto: você é minha única certeza.

Isso em mim, se grassa.


2:47 AM



PARA ESVAZIAR

ão gosto de postar sobre minha vida diretamente, esse tom de desabafo é ridículo na internet, prefiro sempre o caminho criativo da sugestão, não sou inteiro, na solução ou no problema, bem ou mal, sou parte sim, e isso é legal.

Esse não é o âmago da questão, e talvez nem interesse à tela desse computador qualquer interrogação a mais, conjugo demais os verbos em primeira pessoa, substituo demais minha objetividade por um tom obscuro, o rancor dentro de mim não dorme, talvez eu sufoque minha alma com a resignação contínua, como se houvesse em meu corpo vários buracos vazando meus ânimos, e há.

Não gosto de falar diretamente sobre mim, fico parecendo triste, quando sou apenas cansado, principalmente ao me comparar, relativar ou referenciar todos os meus gestos aos dos muitos sem o próprio, fazia isso em erro, pois me diziam:"-o que outros vão pensar?"

Enfrentei uma explosão terrível de realidade, e não foi a previsível lição por parte de outros, ao contrário, foi uma prova pessoal a dizer: "eu estava sempre certo."

...certo.

Confiar em meus entendimentos nunca foi tão rigoroso e cotidiano, estou resignado pois estou vendo que já enxergava. Tive experiências simplórias a dizer algo definitivo: a maior audácia, a que provoca maior resultado e melhores, são as aventuras pessoais, muito mais que pular de uma ponte amarrado a um elástico, mais que cavalgar numa velocidade perdida, ou ainda ter de enfrentar uma guerra inteira, pois essa coragem diz respeito ao nosso significado com a trama temporal de nossas vidas.

Recentemente com a oportunidade de mergulhar na intimidade de uma pessoa a representar um oceano de carinho e inteligência, coisa várias vezes provada, pude constatar a fragilidade do meu pouco relacionamento com minha intuição, desde o primeiro o momento eu sentira o tom de erro nos meus atos em dar continuação àquela proximidade, era algo cancerígeno e ameaçador, lembro das dores no meu coração, contínuas, como se ele precisasse gritar: "-Não é essa a praia, e nem o céu de estrelas." Eu deveria ouví-lo, eu deveria ter enfrentado esse vento, mas não, permiti-me aos valores desse mar que foi só sal quando mergulhado nele, e o mar quer para si tudo que nele passa. E foi isso que me despertou para a loucura da possessividade humana, disfarçamos muito nossos piores sentimentos, principalmente o desejo, colocamos muitos trajes dourados e santificados em cada gesto, falamos com a convicção de um psicopata que somos apenas interessados no bem estar, "grande mentira", avisava meu coração. Eu percebia o meu erro, aceitei avançar por essas águas cheias de redemoinhos de valor, desejosos de minha beleza, que nem era a física, mas provavelmente a minha identidade mesclada ao mistério que me compunha. Eu era uma possibilidade dentro de uma estranha incógnita, de um perverso e vulgar anseio de ser plenificado um alguém que se deliciaria com carnes inocentes, assim hoje percebo, e não estou errado, eu sempre soube, mas a carência nos faz frágeis, eu era feliz mas eu poderia ser - como assim vendeu-se - alegre!

...alegre.

Quantas vezes errei pensando que alegria era sorrir e estar em gargalhadas. Ter amigos, sair para dançar, tomar banho de piscina, caramba, eu sou muito alegre sentado à beira de um morro olhando para o céu, e isso enche meu coração a ponto de passar pelos problemas que hoje encontro sem o menor desespero, coisa que não acontece com "aquilo" que me queria. E pedia de maneria rancorosa, esfaqueando com olhares espinhosos, meu coração ardia e sufocava, à chance que tive de sair de perto pareceu-me a luz no fim do túnel, e eu abracei naquele instante todos meus adjetivos fragilizantes, voltei pra mim de inteiro, recuperei a integridade tantas vezes dilacerada, e tento esquecer as feridas memoriais no rabisco daquelas facas, naqueles dias de ódio por trás de textos diplomáticos, descobri naquela voz crescentemente amarga que a vulgaridade e maldade são o hálito e suor de quem se perfuma para caçar. Eu gostaria me mostrar grato, achar alguma coisa que merecesse voltar cheio de machucados daquelas ofensas nos recheios de bombons, mas é sagrado demais para mim o carinho verdadeiro, o amor como sinônimo de liberdade e o semear do valor com a colheita fortuita feita por mãos e gestos singelos. Inclinei-me sem resposta diante do diabo a me dizer:"- Você tem que fazer alguma coisa com teu coração nublado. Como você vai viver assim?"

Andar pelos caminhos tristes daqueles dias foi um tormento espiritual, orquestrado com muito artificialismo e sublimação, meu sangue escorre por conta de eu ter sido tão baixo em aceitar aquele mato laminoso viçar entre meus caminhos, mas parecia preciosa a aventura, principalmente algo que preenchia de nuvens brancas nos textos de apreciação, para de repente inflamar-se e explodir nas brotoejas nojentas e espirrar espinhos de voz amarga, nessa atmosfera dolorida mas silenciosa de uma peste doméstica, dormi dentro de meu peito nesses dias de chuva fria.

E os dias de sol voltaram, junto com minhas asas abertas de passarinho no meu entendimento de valor, tantas vezes nada equivocados, que só agora eu sei.

Eu simpatizo com meu passado, mas queria que esse escapulisse pelas fendas que vieram comigo, eu nem sofro mais por saber o quanto sou alvejado pelas presas alheias, mas aprendi isso com cortes profundos.

O bom é que ninguém mais me tem, agora só o céu.

E em anos nunca sorri tão livre e alegre do meu jeito de colibri.


11:45 PM



ESCOLA DE VAIDADES

pior lugar para alguém procurar uma solução de vida é na igreja. Responsável pela Biblioteca de Desgraças, pela Masmorra dos Valores e o Paraíso das Serpentes, a Igreja é e sempre será a Casa do Traidor, sem dúvida nenhuma os homens e mulheres que regem e são regidos por ela, uma grande ferida social a destruir a experiência humana, como para mim, que já cansei de esperar que mundo seja um Horizonte de Alívio, vejo hoje os Adoradores dos Divinos Auxílios seres procastinadores com sua própria dignidade, e tão atrasados e amedrontados com o a viçosidade da vida, que passam a atacar a coragem dos homens livres como mosquitos infectados.

O segredo da Igreja é dizer-se na senda do bem com propósitos enriquecedores, mas a realidade por trás dos mistérios, é que são todos eles uma grande Barca de Enfêrmos, são seres humanos com diferentes arquétipos físicos no entanto batendo o mesmo coração covarde, um povo de doentes espirituais, que para piorar suas feridas, tomam doses cada vez mais absurdas de introspecção e rebeldia contra o universo dos transcendentes.

A religião sempre punirá os fracos da Igreja com a inveja, o terror, a hipocrisia, a mentira e a sujeição do tempo magnifíco, e admirados como também magoados consigo mesmos irão para sempre sofrer quando saírem do templo, lugar esse que só serve para a grande obra do mal que é envaidecer-se uns aos outros com suas mentirosas e caprichosas teias de superação, indivíduos sonoramente doentes que no sorriso bangelo de suas almas podres, gritam palavras de gentileza buscando eco no vazio do "irmão" a dizer-se que é mais feliz que ele.

Eu não vou me formar em mentiroso pleno, e isso garanto às cobras que não andam em meus caminhos, esses abertos e criativos, também distantes dos pântanos travestidos de pessoas melhores.


2:31 PM



O SEGREDO DOS TRITÕES

m um lago construí um castelo, cheio de perdidas vidas que se chamavam família, e eles eram tão tristes como eu, são senhoras e senhores de muitos erros, todos heranças dos seus fraternos, e irmãos não eram, tritões se fizeram, reis dos mares e dos meus infernos, em água e castelo, ergueram mentiras para se esconderem profundos em sua própria linguagem, por fim, fizeram de mim refém, mas não fui ao calabouço, moro com a princesa na torre, à espera de ser salvo pelo dragão que mora dentro de mim, e eu sei que ele virá, todo tempo, eu digo: Ele virá!

A família que me governa é um poço fundo de erros, não daqueles que valem alguma história ou lágrima, são pessoas fundas em si mesmas, com nenhum caminho a seguir senão nadar na escuridão cheia de valores fortes e reinantes, como reis entre si, ao fim escravos e escravizantes lençóis de medo. E são assim suas exigências, como castelos ao meu redor, eu sou preso na torre, e sei que o dragão virá. Mas não pense que estou triste, escolhi morrer da janela e na janela, tem um sorriso feliz na delicadeza da princesa, ela mora sozinha na torre, e eu não estou com ela, não sabe de mim enquanto não puder salvá-la, vou levar embrulhado com meu peito o herói que espera, sei, sou doido né? Loucura é o nome dela.

Contam entre os tritões um segredo fabuloso, dizem saber como proceder com minha vida, falam tanto dos perigos que eu me sinto convidado a desvendá-los, há um mistério absoluto no futuro, e em cada palavra imperiosa de não vivê-lo, falam tanto do maldito presente que a mim não dão outra oferta, dizem: "Viva o agora,o agora!" Nos passos de suas exigências cavam-se mais poços, tristes e pesados, os reis do mar são furiosos comigo, sou simples e posso voar, não tenho mais medo de ser assim, porque o dragão diz que ninguém mais presta, a não ser aqueles alados como eu, e conheci muitos seres prodigiosos que num movimento abrem oceanos, mas são tão terríveis então preferi desposar o sorriso da princesa, e essa delicadeza me apresentou ao mar, ao céu e a mim, longe dos castelos e do segredo de lá eu fui mais longe, para perto de alguém preso e solto bem aqui.

O dragão continua voando dentro do meu peito, a princesa sozinha e sorridente no alto do torre, os muitos homens e mulheres pedindo ajuda simplesmente a oferecendo, e eu estou no mistério, de escolher não perturbá-los e nem de ser mais um no castelo.

Coragem é o nome do meu fraterno.


2:43 PM



OS LIMITES DO REINO

u chefiei por muito tempo a equipe de engenharia em meu reino, fui um rei sem saber que contava com homens-guerreiros na ponta da pena como uma espada, e decidi me preocupar com eles e na companhia deles, os deixei ao meu redor, e fiz de cada conselho o ministro de meu tempo, fomos longe em nossos pensamentos, cavalguei entre as mais diferentes disposições de solução, e cada um que me apresentou como construir uma ponte ou lenvantar novos estábulos perguntou: "- Majestade, onde vai parar?", subi colina e rasguei campos imenso com vassalos à espera de uma resposta, nenhum teve, e continuamos longe, até chegar o suficiente para me ver deitado sobre todo horizonte, fazendo de meu espírito contemplativo o castelo de minha segurança, então virei a todos, homens e mulheres responsáveis por minha burocracia emocional e disse: "-Olhem! E o quanto estiverem seguros do que existe contará tua esperança e coragem!" e apontei para uma criança, bem longe, quase próximo a floresta que começava, e continuei: "-Atenção! Só há igual império dentro do coração novo e despreocupado."

Meu cavalo deu um movimento à frente e fiquei no círculo de todos, que me olhavam ainda curiosos para saber onde eu queria chegar, e respondi aos seus semblantes: "-É no peito alheio o continuar dos passos, para dentro de todos os horizontes, e lá só nos perdemos se por medo ou ignorância. Quero uma fortaleza aqui, um muro grande até onde vejo, olho do céu, e de dentro de cada desejo, digo, que a sorte da obra, a boa sorte, vive na tranquilidade de quem pode contemplar tudo por cima, a conhecer os campos que singra, os mares que colheita, o céu que ara, e o castelo que livra."

Ainda mistificados com minhas palavras meus sentimentos obreiros vieram cheio de perguntas na boca, e eu beijei cada um, porque minha resposta foi só um carinho: "-Saber ao contrário, dizer o além, ver por antes, o depois, e sentir ao quadrado, pela metade de nós, converter e inverter, rodopiar e rimar, o sentido de ser reino é comandar, de cima, no céu, eu vejo meu reino, e tudo é tão pequeno e sem valor como caro e grandioso, e eu sou ainda menor, porque a minha medida é a isso tudo um abraço seguro e gostoso."



Do calabouço - os reclames e sonhos alheios - eu componho minha chave e meu império. Do céu, do meu céu, sou livre e em paz.


5:23 PM



MOTO PERPETUO

rouxe-lhe uma máquina, ela promete me fazer sorrir,
sua funcionalidade é simples,
você fica alegre e eu também, te convenço ser meu maquinário,
e eu o teu,
pronto, seremos assim,
um o motivo do outro,
todos os dias, eternos como merecemos ser, porque a cachoeira deita suas águas na falência de um leito, e esse devolve ao mar o que do céu veio.

O pôr do sol é o nascer de um monte de outros,
perde-se um,
ganha-se todos,
eu vejo o relógio contando até o final,
e no fim começa tudo de novo,
não há tristeza meus amigos,
somente sombras pelo passeio,
quero um olhar brilhante,
na escuridão que me perco,
procuro a ti, o Onde me vejo,
se eu não puder ser tua manhã,
vou chegar na hora de te dar um beijo,
tudo será estrelas,
sorrir e perpétuo,
porque o homem morre,
e o sonho dele escoa,
vai entre as madeiras da roda-viva,
onde Deus repousa,
querido e sagrado nos céus dos desejos,
sonhando comigo e contigo,
num carinho como o nosso, refazejo.

E o resto?

Ah! O resto!

Ora! Faz o mesmo.


12:07 AM




Dê a outra face, repouse em conflitos
e ande sobre mares revoltos.
Eis a Liberdade.