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Gustavo Eólico
2005-2006




Habeas Corpus
-
Que tenhas teu Corpo
PARA ESVAZIAR

ão gosto de postar sobre minha vida diretamente, esse tom de desabafo é ridículo na internet, prefiro sempre o caminho criativo da sugestão, não sou inteiro, na solução ou no problema, bem ou mal, sou parte sim, e isso é legal.

Esse não é o âmago da questão, e talvez nem interesse à tela desse computador qualquer interrogação a mais, conjugo demais os verbos em primeira pessoa, substituo demais minha objetividade por um tom obscuro, o rancor dentro de mim não dorme, talvez eu sufoque minha alma com a resignação contínua, como se houvesse em meu corpo vários buracos vazando meus ânimos, e há.

Não gosto de falar diretamente sobre mim, fico parecendo triste, quando sou apenas cansado, principalmente ao me comparar, relativar ou referenciar todos os meus gestos aos dos muitos sem o próprio, fazia isso em erro, pois me diziam:"-o que outros vão pensar?"

Enfrentei uma explosão terrível de realidade, e não foi a previsível lição por parte de outros, ao contrário, foi uma prova pessoal a dizer: "eu estava sempre certo."

...certo.

Confiar em meus entendimentos nunca foi tão rigoroso e cotidiano, estou resignado pois estou vendo que já enxergava. Tive experiências simplórias a dizer algo definitivo: a maior audácia, a que provoca maior resultado e melhores, são as aventuras pessoais, muito mais que pular de uma ponte amarrado a um elástico, mais que cavalgar numa velocidade perdida, ou ainda ter de enfrentar uma guerra inteira, pois essa coragem diz respeito ao nosso significado com a trama temporal de nossas vidas.

Recentemente com a oportunidade de mergulhar na intimidade de uma pessoa a representar um oceano de carinho e inteligência, coisa várias vezes provada, pude constatar a fragilidade do meu pouco relacionamento com minha intuição, desde o primeiro o momento eu sentira o tom de erro nos meus atos em dar continuação àquela proximidade, era algo cancerígeno e ameaçador, lembro das dores no meu coração, contínuas, como se ele precisasse gritar: "-Não é essa a praia, e nem o céu de estrelas." Eu deveria ouví-lo, eu deveria ter enfrentado esse vento, mas não, permiti-me aos valores desse mar que foi só sal quando mergulhado nele, e o mar quer para si tudo que nele passa. E foi isso que me despertou para a loucura da possessividade humana, disfarçamos muito nossos piores sentimentos, principalmente o desejo, colocamos muitos trajes dourados e santificados em cada gesto, falamos com a convicção de um psicopata que somos apenas interessados no bem estar, "grande mentira", avisava meu coração. Eu percebia o meu erro, aceitei avançar por essas águas cheias de redemoinhos de valor, desejosos de minha beleza, que nem era a física, mas provavelmente a minha identidade mesclada ao mistério que me compunha. Eu era uma possibilidade dentro de uma estranha incógnita, de um perverso e vulgar anseio de ser plenificado um alguém que se deliciaria com carnes inocentes, assim hoje percebo, e não estou errado, eu sempre soube, mas a carência nos faz frágeis, eu era feliz mas eu poderia ser - como assim vendeu-se - alegre!

...alegre.

Quantas vezes errei pensando que alegria era sorrir e estar em gargalhadas. Ter amigos, sair para dançar, tomar banho de piscina, caramba, eu sou muito alegre sentado à beira de um morro olhando para o céu, e isso enche meu coração a ponto de passar pelos problemas que hoje encontro sem o menor desespero, coisa que não acontece com "aquilo" que me queria. E pedia de maneria rancorosa, esfaqueando com olhares espinhosos, meu coração ardia e sufocava, à chance que tive de sair de perto pareceu-me a luz no fim do túnel, e eu abracei naquele instante todos meus adjetivos fragilizantes, voltei pra mim de inteiro, recuperei a integridade tantas vezes dilacerada, e tento esquecer as feridas memoriais no rabisco daquelas facas, naqueles dias de ódio por trás de textos diplomáticos, descobri naquela voz crescentemente amarga que a vulgaridade e maldade são o hálito e suor de quem se perfuma para caçar. Eu gostaria me mostrar grato, achar alguma coisa que merecesse voltar cheio de machucados daquelas ofensas nos recheios de bombons, mas é sagrado demais para mim o carinho verdadeiro, o amor como sinônimo de liberdade e o semear do valor com a colheita fortuita feita por mãos e gestos singelos. Inclinei-me sem resposta diante do diabo a me dizer:"- Você tem que fazer alguma coisa com teu coração nublado. Como você vai viver assim?"

Andar pelos caminhos tristes daqueles dias foi um tormento espiritual, orquestrado com muito artificialismo e sublimação, meu sangue escorre por conta de eu ter sido tão baixo em aceitar aquele mato laminoso viçar entre meus caminhos, mas parecia preciosa a aventura, principalmente algo que preenchia de nuvens brancas nos textos de apreciação, para de repente inflamar-se e explodir nas brotoejas nojentas e espirrar espinhos de voz amarga, nessa atmosfera dolorida mas silenciosa de uma peste doméstica, dormi dentro de meu peito nesses dias de chuva fria.

E os dias de sol voltaram, junto com minhas asas abertas de passarinho no meu entendimento de valor, tantas vezes nada equivocados, que só agora eu sei.

Eu simpatizo com meu passado, mas queria que esse escapulisse pelas fendas que vieram comigo, eu nem sofro mais por saber o quanto sou alvejado pelas presas alheias, mas aprendi isso com cortes profundos.

O bom é que ninguém mais me tem, agora só o céu.

E em anos nunca sorri tão livre e alegre do meu jeito de colibri.


11:45 PM

Dê a outra face, repouse em conflitos
e ande sobre mares revoltos.
Eis a Liberdade.