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Gustavo Eólico
2005-2006




Habeas Corpus
-
Que tenhas teu Corpo
CELEBRAÇÃO DOS DESCONTENTES

ganharam os infelizes na maratona dos homens, eram tantos sorrisos e abraços que os campeões ficaram desfigurados, e por fim subiram ao pódio para monstrarem um peito cheio de paradoxos, afinal, cumpriram a tarefa de completar a corrida, mas não são dignos de levantarem seus egos à justiça de seu troféu!

Eu já havia visto de tudo, mas contemplei um horizonte novo, naqueles rostos sorridentes estavam a destruição e a verdade! A vitória só é permitida aos dignos de coração, pois os descontentes não fazem de seu sofrimento um esporte, fazem do sofrimento alheio uma olimpíada, e vi os descontentes dizendo para todos não sorrirem, afinal, estavam todos abaixo de seus pés!

Eu vi um tapete e um número, eu vi a equipe dos finalistas hasteando as mãos e uma bandeira de glória, mas sua vitória não era permitida ao caminhar dos meus olhos, eles querem que eu puna meus adjetivos, minhas virtudes e meus futuros tudo pelos mastigantes objetivos que os carregam até o topo das lápides.

São anjos tristes os descontentes, ficam perambulando entre as corridas do tempo, destróem o significado da vida e da morte, apontam para o céu seus dedos de mármore, por fim, vencem-me pelo cansaço, eu não carrego pesos dos espíritos funerários.

Os descontentes moram nos cemitérios, e descem dos pódios para deitarem no ossário de meus valores, guardam consigo - à maneira de travesseiros - as lembranças do quanto sou nada, e assim sorriem entre si, felizes, satisfeitos, contentes, pois somente no vazio alheio a própria fome encontra eco para se ouvir outras vezes.

Os descontentes são descontentes comigo e nunca consigo mesmos, são cheios de verdades como imensos tapetes, mas eu acho serem roupas, todas para cobrirem o chão e assim esconder a terra muito seca na cratera de suas pegadas, lugar que poderiam se sentir na própria morada.

O caminho dos descontentes é sempre o largo da desgraça, eles querem tudo em ouros valores, e tudo o que conta na menor contagem vai ao preço pífio, e eu não os compro, os vendo, vendo ao dizer que tenho amizade entre os descontentes, vendo ao afirmar que sou bem quisto por alguns, mas os descontentes estão demais longe de me gostar, estão lá do outro lado dessa pedreira que é o aceitar o meu pouco galardão, um território onde está a cidade de mármores, cheia de deuses e mitos, mentiras e verdades com a mesma cor, lar das pedras afiadas, área onde até as aranhas voam, admiradas ao verem a ladeira por onde se precisa passar e chegar até mim, e percebe-se também, aos olhos que perscrutam essa geografia, que não há tapetes escondendo o chão molhado de sofrimentos meus, pintado de vermelho para convidar meu espírito nobre, cheio de adjetivos e virtudes do tamanho de minha moeda-tempo, e nisso meu silêncio se torna meu principal aliado e cliente, levando-me aos penhores de um céu abismado, comprado com o tamanho da minha satisfação no pódio de uma imensa montanha, sem segundos ou terceiros lugares, muito menos primeiros, pois debaixo das estrelas sou sua devota passarela, assim, no pleito de todas as sortes, sou vestido de universo.

Ditosos os espíritos alegres em si, pois carregam a medalha-tempo.


4:57 AM

Dê a outra face, repouse em conflitos
e ande sobre mares revoltos.
Eis a Liberdade.